segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Aparição - Vergílio Ferreira



Na obra "Aparição", Vergílio Ferreira volta-se para o problema do homem que procura a sua verdade mais profunda e que quer entender o problema da sua relação com os outros, com a vida e com a arte.
O termo "aparição" significa exactamente a revelação instantânea de si a si próprio.
Em "Aparição", Alberto é um solitário que parece querer espalhar a sua verdade junto dos outros, inquietá-los com os problemas do Homem em face da vida.
Mas a sua comunicação não acontece, mesmo com Ana, que parece ser sua confidente; nem com Sofia, que prefere o absoluto da destruição, levando o mais longe possível as consequências de estar no mundo; ou com Carolino, que entende ao contrário a sua mensagem de vida.
Cada homem é único e cada um tem a sua verdade. Além disso, é um ser transitório, um ser para a morte, que se tenta ultrapassar a si próprio e só se consegue prepetuar através da arte.
Daí o lugar especial concedido à música que exprime cedência, fugacidade, e sempre transcência rumo ao absoluto.
E também a montanha ou a planície, com os seus sentidos cósmicos, a ligar o Homem a esse absoluto e simbolizar o permenente.
Dentro do pensamento existencialista, com Deus a perturbá-lo, há uma interrogação constante sobre a condição humana, sobre os problemas existenciais mais profundos.
Alberto tenta mostrar que a vida é uma coisa maravilhosa e que o recohecimento da morte ajuda a perceber o que de extraordinário se perde.

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