terça-feira, 19 de maio de 2009

Dias 30 e 31 no Porto - Baile popular, feira da ladra e circo em Serralves



Este ano, o Serralves em Festa faz parte de uma celebração ainda maior: os 20 anos da Fundação e os dez anos do Museu de Arte Contemporânea.

O duplo aniversário será assinalado com a primeira grande exposição daquilo que Serralves tem vindo a coleccionar durante estes dez anos e define-se como o ponto alto da 6ª edição da festa de arte contemporânea: a "coincidência temporal" entre os dois momentos - o acervo irá ocupar a área expositiva completa do museu a partir de 29 de Maio e o festival instala-se no fim-de-semana de 30 e 31 - é a "grande novidade" do evento que enche todas as artérias de Serralves com mais de 80 actividades, cerca de 400 artistas e 200 momentos de apresentação em 40 horas non-stop, disse ontem João Fernandes, director do Museu de Serralves.
Esta concordância não deixa de ser um passo estratégico da instituição, no sentido de reforçar um dos objectivos centrais do Serralves em Festa: apagar a barreira entre a cultura de massas e a cultura de elite. "Ver a exposição no contexto de uma festa significa que queremos pôr o nosso património à disposição do maior número possível de públicos", afirmou António Gomes de Pinho, presidente da fundação. Os visitantes poderão ver obras de cerca de 200 artistas, portugueses e estrangeiros (à volta de metade daqueles que são representados por Serralves), de "várias gerações" e de diferentes "contextos culturais", apontou João Fernandes.

A realização, no sábado, de um "grande baile popular" é outro dos novos instrumentos da direcção de Serralves para conquistar um público mais diversificado. Segundo João Fernandes, "trata-se de uma iniciativa eminentemente popular de congregação de toda a população da Área Metropolitana do Porto".
O director do museu não quis fazer estimativas do público deste ano, pois acaba sempre por "ultrapassar o previsto". Mas não deixou de dizer que espera que o número de visitantes da edição passada (80 mil) cresça.

A programação deste ano segue a mesma estrutura - cruzamento de música, performance, dança, teatro, circo, cinema, oficinas e exposições orientadas -, mas apresenta "highlights muito importantes", considera António Gomes de Pinho.
Um dos destaques desta edição é a estreia em Portugal do Circo da Tunísia, com um espectáculo que evoca a identidade de uma população migrante através de um jogo de acrobacias cantadas.
Na música, o Serralves em Festa terá como cabeça de cartaz os já anunciados A Certain Ratio, o primeiro grupo que gravou para a Factory Records e que explorou a aliança entre as tonalidades funk, dance e latino sob o signo do pós-punk. Os ingleses são responsáveis pela festa de encerramento, marcada também pela presença do experimentalista Dan Deacon e dos DJ's Metro Area.
O folk frágil de laivos psicadélicos da singer-songwritter americana Josephine Foster e a homenagem da Orquestra Jazz de Matosinhos ao trompetista Thad Jones e ao baterista Mel Lewis são algumas das novidades musicais do festival.

Na área das artes performativas, o Serralves em Festa aposta em trazer três coreografias da Companhia Instável e a nova criação de Joana Providência, Bichos, uma interpretação das narrativas de Miguel Torga em formato de teatro de rua. Já as propostas de cinema irão privilegiar as experiências dos novos criadores do Porto. No âmbito do concurso de projectos artísticos, Manuela São Simão e Joana Mateus irão montar uma orquestra, a Maj Hora FM, em que a dinâmica do som está a cargo de cem rádios. Este ano, o evento recebe também uma feira da ladra alternativa.

in www.publico.pt

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