quarta-feira, 29 de abril de 2009
A Minha Dor
A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...
Florbela Espanca
Etiquetas:
Alentejo,
amor,
Dor,
Feminismo,
Florbela Espanca,
Mulher,
Sensibilidade,
Sentimentalismo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário