segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nuno Álvares Pereira




Nuno Álvares Pereira (24 de Junho 1360 - 1 de Novembro 1431), também conhecido como o Santo Condestável ou Beato Nuno de Santa Maria foi um general português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela.


Biografia

Nuno Álvares Pereira nasceu na vila de Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco. Casou com Leonor de Alvim no ano de 1377 em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja.
Quando o rei Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa Beatriz casada com o rei João I de Castela, Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de Pedro I de Portugal, João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos.
Depois da primeira vitória de Álvares Pereira frente aos castelhanos na batalha dos Atoleiros em Abril de 1384, João de Avis nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

A 6 de Abril de 1385, João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. João de Castela invade Portugal com vista a proteger os interesses de sua mulher Beatriz.
Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país. A 14 de Agosto, Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a Batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6.000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30.000 tropas castelhanas.
A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos.
Entre 1385 e 1390, ano da morte de João de Castela, dedicou-se a realizar "raides" contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques.

Do seu casamento com Leonor de Alvim, o Condestável teve apenas uma filha, Beatriz Pereira Alvim, que se tornou mulher de Afonso, o primeiro Duque de Bragança. Lembrado como um dos melhores generais portugueses, abraça, nos últimos anos, a vida religiosa carmelita.


Vida religiosa


Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, em Lisboa, que fundara como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria.

Permanece no Convento do Carmo até à morte, ocorrida em 1 de Abril de 1431, um domingo de Páscoa.

Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.

O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755.
O seu epitáfio (inscrição tumular) era:

"Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."

Sem comentários: