quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Viagens familiares nas despesas do Alaska; O guarda-roupa de Sarah Palin e da família já custou 150 mil dólares aos republicanos


Segundo registos da campanha eleitoral, o comité nacional republicano gastou mais de 150 mil dólares (mais de 113 mil euros) em roupas e acessórios para a candidata à vice-presidência Sarah Palin e respectiva família, desde que se soube que a governadora do Alaska seria a escolha de John McCain, no fim de Agosto.
Ao mesmo tempo, foram também revelados relatórios oficiais do estado do Alaska que declaram o débito de despesas familiares da governadora nas contas do estado.
Os gastos no guarda-roupa de Palin foram revelados pelo site Politico.com que precisa os pormenores da despesa do comité republicano.
Segundo Jeanne Cummings, do Politico, foram gastos 49 425,74 dólares (mais de 37 mil euros) nas lojas Saks, uma famosa cadeia norte-americana, em St. Louis e Nova Iorque.
Na loja do estilista Neiman Marcus, Sarah e o seu marido, Todd, deixaram ainda 75 062,63 dólares (mais de 56 mil euros), para além dos cerca de 5 mil dólares (cerca de 3,7 mil euros) gastos em cabeleireiro e maquilhagem durante o mês de Setembro.
Uma porta-voz da campanha republicana, Maria Comella, recusou-se ontem a comentar “as decisões estratégicas em relação à forma como os recursos financeiros são gastos”, mas ao fim do dia, outra responsável do partido republicano, Tracey Schmitt, revelou a intenção [do comité] de doar todo o vestuário a instituições de caridade, após a campanha”.

Estado do Alaska paga viagens à família de Palin
Os gastos de Sarah Palin foram também notícia na CNN, que revelou registos contabilísticos do estado do Alaska, onde se prova que Palin pôs nas contas do governo despesas pessoais de viagens das filhas.
Segundo a CNN, a governadora debitou no orçamento estadual mais de 75 viagens em voos comerciais, num total de 21 mil dólares (15,8 mil euros), para além de despesas de alojamento em hotéis de topo.
A lei do Alaska diz que as despesas apenas podem ser imputadas ao governo quando se referem a viagens de trabalho e Palin justifica-se afirmando que as suas três filhas – Bristol, Willow e Piper, de 17, 14 e sete anos, respectivamente – viajavam com ela a convite dos programas ou eventos em questão.
No entanto, organizadores de alguns destes eventos negam esse facto.
Palin participou numa conferência de cinco horas da revista Newsweek sobre liderança feminina e perguntou à organização se poderia levar a filha Bristol consigo.
Os registos dizem que, ao todo, a viagem custou mais de cinco mil dólares, incluindo uma estadia de quatro dias num hotel de luxo.
Num encontro da Associação Nacional de Governadores, Palin também levou as duas filhas mais velhas consigo, que ficaram alojadas durante cinco noites no Ritz-Carlton Hotel.
A ida de Bristol e Willow foi em “funções oficiais”, segundo o requerimento preenchido por Palin.
Ainda num terceiro evento, da American Heart Association, a candidata a vice pediu autorização para levar a filha mais nova, mas acabou por aparecer com as três raparigas da família Palin.
A CNN acrescenta ainda que Palin ordenou que alguns documentos fossem rectificados semanas antes da nomeação para a vice-presidência.
Nos relatórios de despesas, foram acrescentadas as expressões “First family attending” ou “First family invited”, com o intuito de justificar a presença ou o convite da família da governadora.
Contactada pela Associated Press, a directora financeira do Alaska, Kim Garnero não comentou o teor das viagens familiares de Palin, alegando que não tinha revisto ainda os referidos relatórios, cita a cadeia de televisão norte-americana.
Segundo o anterior governador democrata deste estado, Tony Knowles, “não há razão válida para as crianças participarem em viagens de estado”.
Knowles é o único governador recente do Alaska com crianças em idade escolar e disse à CNN que das raras vezes em que os seus filhos viajaram com ele em ocasiões oficiais, as despesas foram pagas do seu próprio bolso.

in www.publico.pt

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