sexta-feira, 6 de março de 2009

Autópsia na próxima semana - Corpo de Afonso Tiago não indicia violência nem roubo


O corpo do português Afonso Tiago, que estava desaparecido desde Janeiro, foi encontrado a flutuar no rio Spree, próximo da ponte Schillingbrucke, em Berlim, sem apresentar sinais evidentes de agressão e tendo nos bolsos os seus dois telemóveis e os documentos, revelaram ao PÚBLICO amigos seus a viver na capital alemã.

João Gonzaga, que vive em Berlim e é amigo da família de Afonso Tiago, bem como Ivo do Carmo, amigo do Afonso e a última pessoa que o viu na madrugada em que desapareceu, relataram aquelas circunstâncias por telefone.
Gonzaga contou que foi contactado, cerca das 14h de Lisboa, pelo agente da polícia local que tem feito a ligação com a família e os amigos, que o informou do aparecimento do corpo e da ausência de indícios de agressão e de roubo.

Em Janeiro, na data do desaparecimento de Afonso Tiago (na madrugada de 9 para 10), a superfície do rio Spree encontrava-se em grande parte gelada, estando apenas aberto um canal no meio para permitir a navegação, lembrou João Gonzaga.
Do local onde se despediu de Ivo do Carmo até sua casa, Afonso Tiago teria de atravessar o rio, o que poderia fazer pela ponte Schillingbrucke ou pela Oberbaum – mas a primeira era apontada como mais provável.

A noite era de Lua cheia, estavam 18 graus negativos.
Afonso Tiago tinha ido para a zona de Friedrichshain, onde há algumas discotecas de música electrónica, mas a certa altura decidiu não continuar a noite com os amigos. Às 3h40 despediu-se de um dos companheiros, Ivo do Carmo, junto à estação de comboios Ostbahnhof, perto do maior pedaço que resta do muro que até há 20 anos dividiu Berlim.

Dado o corpo não indiciar sinais de violência nem de roubo, João Gonzaga sente-se mais inclinado a pensar que se tratou de um acidente. “Não sei o que hei-de pensar. Tento pensar positivo e não pensar que alguém matou o Afonso”, explicou ao PÚBLICO este amigo da família que vive em Berlim e foi muito activo na divulgação do desaparecimento.

“Penso que foi um acidente. (...) Não sei o que é que a polícia vai dizer para a semana”, depois da autópsia que já foi anunciada, disse ainda Gonzaga, que avançou com a hipótese de Afonso Tiago ter caído da ponte ou da margem do rio, ou mesmo de ter caminhado sobre o gelo.

Disse que o corpo foi encontrado à direita da ponte (para quem faz o percurso da discoteca para casa de Afonso) e lembrou também que já tinha havido buscas, infrutíferas, à esquerda da ponte para quem a atravessa naquele sentido, junto a uma discoteca que não era aquela onde o grupo de amigos tinha ido.

in www.publico.pt

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