domingo, 24 de maio de 2009
Salazarismo e Cultura Popular (1933-1958) - Daniel Melo
Daniel Melo
A política cultural do Estado Novo tinha subjacente a vontade de transformar a cultura do povo. A sua intervenção fez-se sentir sobretudo nas Casas do Povo, nos ranchos folclóricos, no artesanato, nos museus etnográficos, na literatura popular e nas marchas populares (criadas em Lisboa mas depois disseminadas por todo o país, incluindo as colónias).
O autor procura demonstrar que o salazarismo promoveu um modelo ruralista, tradicionalista e nacionalista de cultura popular, com o duplo objectivo de se legitimar e de estabelecer um consenso em torno do universo de valores que, na sua óptica, enformavam a identidade portuguesa.
Apesar disso, o associativismo popular livre resistiu ao programa autoritário do regime, tal como o comprova o estudo de caso da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio.
Este trabalho obteve o Prémio de História Contemporânea «Victor de Sá», atribuído pela Universidade do Minho em 1998.
O seu autor é actualmente investigador associado sénior do ICS-UL.
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