segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Cinfães: Ameaça matar-se se a Segurança Social não o ajudar- Homem toma conta de irmãs deficientes


Um homem de 53 anos, de S. Cristóvão de Nogueira, Cinfães, ameaça suicidar-se se a Segurança Social continuar indiferente ao problema das três irmãs deficientes mentais e epilépticas que vivem com ele.

"Quero trabalhar e não posso. Vivo prisioneiro em casa para tomar conta das minhas três irmãs já que nem a Segurança Social nem o Estado arranjam local para as acolher. Já pedi nos lares da zona mas não há vagas e as listas de espera são grandes", desabafou ao CM Alfredo Cardoso Resende – condutor manobrador que faz subempreitadas para a construtora Teixeira Duarte.
"Não posso sair, tenho de lhes dar os comprimidos a horas, fazer o comer, olhar por elas, lavar-lhes a roupa, limpar a casa e andam sempre atrás de mim", acrescenta. Agora, desesperado com a falta de respostas e com o facto de as instituições continuarem a desprezar os seus apelos, olhando para o lado sem querer ver o seu drama, Alfredo Resende diz que se matará se essa for a única forma de resolver o problema.
As irmãs, de 32, 43 e 57 anos, ainda dormem com uma boneca. Dos nove irmãos, quatro deles faleceram, sendo que o mais velho, deficiente mental profundo, esteve acamado dos 12 anos até aos 54, quando morreu.
Alfredo Resende ficou nesta situação após o divórcio, ocorrido há alguns meses. Durante os 24 anos de casamento, a ex-mulher tomava conta das cunhadas.
Há cerca de um ano e meio, Alfredo foi para a Argélia dar formação profissional, convidado pela empresa Teixeira Duarte.
"E agora tinha um outro contrato para dar formação em gruas em Angola, mas devido à actual situação não posso ir. Tenho uma empresa em nome individual que não cessou a actividade. Pago impostos e não possuo rendimentos", contou ao CM.
"Quanto tempo mais tenho de ficar sem trabalhar? Eu mato-me e levo alguém comigo!", ameaça, desesperado.

PORMENORES

SEGURANÇA SOCIAL

Em Setembro, o Centro Distrital da SS de Viseu informou que continuava a procurar resposta.

SOBREVIVÊNCIA

Sem rendimentos por não poder trabalhar, Alfredo Resende afirma que não aguenta.


Francisco Manuel

in www.correiomanha.pt

2 comentários:

genoveva disse...

É uma vergonha, realmente...

jane disse...

Para os imigrantes há sempre ajudas agora para o povo português que vive cada vez pior já não se preocupam...É revoltante!!!